O PEIXE MORRE É PELA BOCA
O banco já tinha sido assaltado quatro vezes. O gerente, a princípio achou loucura, mas acatou a sugestão da caixa Clementina para prender o criminoso. A partir daquela data os atendentes deixariam ao lado da caixa do dinheiro um prato de doce, mas não um doce qualquer, teria que ser do doce que era invenção da mãe da Clementina, a dona Aurora. O doce, todos no banco sabiam, era uma deliciosa iguaria que só a mãe daquela funcionária, dona Aurora, sabia fazer e que levava o curioso nome de “docinho de Aurélio”. O doce foi batizado em homenagem ao marido da doceira, seu Aurélio, pai da caixa). Dona Aurora não passava a receita para ninguém e dizia que levaria o segredo de sua invenção para o túmulo. Na verdade o doce era muito, mas muito gostoso mesmo, do tipo com-gosto-de-quero-mais-e-quero-agora-se-não-eu-faço-um-escândalo-porra-caralho E não deu outra: o banco foi assaltado pela quinta vez e o ladrão levou o dinheiro e também todos os pratinhos de doces que, estrategicamente foram colocados nas bancadas dos caixas. Dois dias depois, fissurado para comer mais do docinho de Aurélio, o assaltante voltou ao local do crime, e, claro a polícia esperava por ele.
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